Acho que ninguém contestará se disser que a posição de guarda-redes é a mais ingrata. Nunca veremos um guardião dedicar o prémio de melhor jogador do mundo ao seu primeiro treinador, simplesmente porque têm a tarefa de evitar a essência do Futebol, o golo. Só quando fazem exibições fantásticas é que veem ser reconhecido o seu valor, isto se nenhum avançado se lembrar de apontar um hat-trick e empurrá-los para segundo plano.
Esta semana o protagonista foi Tim Howard que, embora com alguma sorte, bateu o húngaro Ádám Bogdan do Bolton. O golo abriu o marcador, mas nem isso fez o norte-americano celebrar. Como o próprio confessou, o seu respeito pelo adversário inibiu a celebração natural de um momento único na sua carreira.
“Falei com ele e fiz-lhe ver o que estava a sentir por ele. Não é uma boa posição para se estar. Fiquei deliciado de ter colocado a equipa em vantagem e com esperança que pudesse dar os 3 pontos, mas não é uma sensação boa para um guarda-redes, aliás é péssima. Já passei por isso há muito, muito tempo e é por isso que não celebrei.”
Quando o Barcelona humilhou em 2009 o Real, em Madrid, com 6 golos, o Victor Valdés revelou ter ficado transtornado com a infelicidade do seu colega de seleção Iker Casillas. Também ele tomou as dores daquele que até é considerado o melhor guarda-redes do mundo.
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